As novas tarifas de importação dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros têm causado apreensão não apenas entre exportadores, mas também entre empreendedores que contratam prestadores de serviço (PJs).
Apesar de não incidirem diretamente sobre serviços, os impactos indiretos são relevantes: alta do dólar, aumento nos custos operacionais e possíveis revisões de contratos.
Logo, a desvalorização do real e a retração de setores estratégicos elevam a pressão sobre o planejamento financeiro dos contratantes.
Quer entender como essas mudanças podem afetar o futuro dos seus contratos e do seu negócio? Leia a análise completa.
O impacto das tarifas e caminhos para resolução
Após novas tarifas de importação sobre produtos brasileiros, empreendedores e prestadores de serviços que atuam em parceria com os Estados Unidos demonstram insegurança com o cenário atual.
Apesar disso, o setor privado do Brasil está se mobilizando para que haja uma resolução que possa beneficiar empreendedores e o governo de ambos países.
De acordo com o diretor-superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel, para o programa Poder e Mercado, do Canal UOL:
Eu acho que o setor privado vai ter um papel muito importante de empurrar, por assim dizer, para que os governos trabalhem para encontrar um acordo que seja satisfatório para todos.
Assim, a cooperação entre os setores tem como objetivo diminuir os impactos socioeconômicos da decisão, como o aumento da inflação e do desemprego no país.
Como as tarifas afetam prestadores de serviços brasileiros
Em razão das incertezas do momento atual, prestadores de serviços brasileiros que atuam como pessoa jurídica para companhias americanas têm demonstrado preocupação sobre as tarifas.
Contudo, a nova decisão não irá impactar a exportação de serviços digitais. Ou seja, as tarifas não irão afetar os PJs brasileiros que trabalham remotamente para os Estados Unidos.
Embora as novas tarifas não impactem a prestação de serviço, é necessário atentar-se a algumas possíveis mudanças:
- Insegurança sobre estabilidade do contrato: com o aumento de custos, empresas podem rever orçamentos.
- Oscilações cambiais: a variação do dólar (até R$ 0,10 por US$ em um dia) gera diferença de até R$ 500 em uma remessa de US$ 5.000.
- Aumento temporário: um dólar mais alto pode gerar ganhos temporários para quem recebe do exterior.
O que as tarifas significam para contratantes brasileiros
Para os empreendedores brasileiros que contratam prestadores de serviços no país, o impacto das tarifas dos Estados Unidos tende a ser indireto, porém relevante.
Apesar de essas medidas incidirem diretamente sobre produtos físicos, as consequências econômicas podem reverberar nos contratos de serviços:
- A desvalorização do real pressiona os custos de insumos e serviços importados, afetando agendamentos, prazos e orçamentos.
- Empresas americanas com operações brasileiras podem rever acordos com prestadores de serviços nacionais, ajustando valores ou contratos para compensar o aumento de custos no Brasil.
- A retração em setores como indústria e startups, decorrente da expectativa de demissões (até 110 mil empregos perdidos, segundo a CNI), pode reduzir investimentos e parcerias com fornecedores de serviços ligados a esses setores.
Portanto, mesmo sem incidência direta sobre serviços, a nova tarifa implica desafios para quem contrata PJs no Brasil: câmbio volátil, pressão inflacionária e risco de retração econômica que podem mexer no planejamento financeiro e estratégico das empresas.





