Aplicativos e motoboys PJs: saiba os novos riscos

Aplicativos e motoboys PJs: saiba os novos riscos

O setor de entregas por aplicativos no Brasil cresce aceleradamente, atingindo 2,2 milhões de prestadores em 2024, decorrente da flexibilidade, rendimento e acesso ao mercado. 

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou urgência para votar projeto que obriga vale-refeição aos entregadores. 

Caso aprovado, contratantes de motoboys PJs podem enfrentar aumento de custos, mudanças contratuais, maior regulação e necessidade de revisão de precificação.

Leia o artigo completo para entender todos os impactos dessa mudança.

Índice

O cenário dos aplicativos de entrega

O número de prestadores de serviço no Brasil cresce continuamente, ocupando segmentos antes inimagináveis, como o de entregas por aplicativos.

Em 2022, por exemplo, como resultado da pandemia e de um mercado instável, muitos profissionais recorreram a essas plataformas como forma de complementar a renda.

Nesse cenário, 1,5 milhão de trabalhadores se registraram em plataformas digitais, representando 1,7% da população ocupada no setor privado.

Entre eles, os entregadores por aplicativos correspondiam a 39,5% do total, cerca de 589 mil pessoas; e, aproximadamente, 77,1% atuavam de forma autônoma.

Nos anos seguintes, o mercado continuou crescendo: em 2024, de acordo com a Amobitec, havia cerca de 2,2 milhões de pessoas nesse segmento, 18% a mais em relação a 2022. 

Esse movimento ocorre em virtude de três fatores:

Essa evolução, no entanto, não ocorreu sem questionamentos legais, ou seja, novas discussões legislativas tentam acompanhar os impactos dessa forma de trabalho.

O projeto de vale-refeição para entregadores de aplicativos

No dia 10 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou com urgência a votação da proposta que obriga empresas de aplicativos a conceder um vale-refeição de até R$ 20 aos entregadores.

De acordo com o projeto, os prestadores receberão este valor a cada quatro horas ininterruptas ou seis horas intercaladas de trabalho.

Alexandre de Moraes repensa novas leis trabalhistas; modernização é defendia pelo CEO do iFood

Como isso poderá impactar contratantes de PJs

Para quem contrata motoboys como pessoa jurídica (PJ), essa mudança legislativa pode representar uma série de desafios e ajustes necessários.

1. Aumento de custo operacional

Se aprovarem a lei na forma proposta, a lei responsabilizará plataformas e contratantes por oferecer benefícios que até então não exigiam, como o vale-refeição.

Dessa forma, o custo “efetivo” da contratação pode subir, ou seja, o preço repassado ao cliente final ou margem de lucro pode ser comprimido.

2. Redefinição do contrato

Embora muitos motoboys atuem como PJs, esse tipo de movimentação pode levar a um reconhecimento de vínculo trabalhista por meio da fiscalização de jornada e obrigações trabalhistas.

Logo, os contratantes precisarão rever contratos, fluxos de controle e compliance para evitar passivos trabalhistas.

3. Maior regulação e risco de litígios

À medida que as leis avançam nesse campo, aumentam os riscos de ações judiciais, autuações fiscais ou demandas trabalhistas que questionem classificações erradas. 

Assim, a lei responsabilizará retroativamente os contratantes que não se adequarem

4. Necessidade de revisão de precificação

Para absorver custos adicionais sem quebrar o negócio, será necessário rever os preços com clientes, revisar as tarifas de entrega ou criar novos modelos.

Portanto, se você contrata PJs, precisará se antecipar: reavaliar contratos, ajustar a precificação e agir com cautela jurídica são mudanças que podem acontecer.

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Aplicativos e motoboys PJs: saiba os novos riscos

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O setor de entregas por aplicativos no Brasil cresce aceleradamente, atingindo 2,2 milhões de prestadores em 2024, decorrente da flexibilidade, rendimento e acesso ao mercado. 

Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou urgência para votar projeto que obriga vale-refeição aos entregadores. 

Caso aprovado, contratantes de motoboys PJs podem enfrentar aumento de custos, mudanças contratuais, maior regulação e necessidade de revisão de precificação.

Leia o artigo completo para entender todos os impactos dessa mudança.

Índice

O cenário dos aplicativos de entrega

O número de prestadores de serviço no Brasil cresce continuamente, ocupando segmentos antes inimagináveis, como o de entregas por aplicativos.

Em 2022, por exemplo, como resultado da pandemia e de um mercado instável, muitos profissionais recorreram a essas plataformas como forma de complementar a renda.

Nesse cenário, 1,5 milhão de trabalhadores se registraram em plataformas digitais, representando 1,7% da população ocupada no setor privado.

Entre eles, os entregadores por aplicativos correspondiam a 39,5% do total, cerca de 589 mil pessoas; e, aproximadamente, 77,1% atuavam de forma autônoma.

Nos anos seguintes, o mercado continuou crescendo: em 2024, de acordo com a Amobitec, havia cerca de 2,2 milhões de pessoas nesse segmento, 18% a mais em relação a 2022. 

Esse movimento ocorre em virtude de três fatores:

Essa evolução, no entanto, não ocorreu sem questionamentos legais, ou seja, novas discussões legislativas tentam acompanhar os impactos dessa forma de trabalho.

O projeto de vale-refeição para entregadores de aplicativos

No dia 10 de setembro, a Câmara dos Deputados aprovou com urgência a votação da proposta que obriga empresas de aplicativos a conceder um vale-refeição de até R$ 20 aos entregadores.

De acordo com o projeto, os prestadores receberão este valor a cada quatro horas ininterruptas ou seis horas intercaladas de trabalho.

Alexandre de Moraes repensa novas leis trabalhistas; modernização é defendia pelo CEO do iFood

Como isso poderá impactar contratantes de PJs

Para quem contrata motoboys como pessoa jurídica (PJ), essa mudança legislativa pode representar uma série de desafios e ajustes necessários.

1. Aumento de custo operacional

Se aprovarem a lei na forma proposta, a lei responsabilizará plataformas e contratantes por oferecer benefícios que até então não exigiam, como o vale-refeição.

Dessa forma, o custo “efetivo” da contratação pode subir, ou seja, o preço repassado ao cliente final ou margem de lucro pode ser comprimido.

2. Redefinição do contrato

Embora muitos motoboys atuem como PJs, esse tipo de movimentação pode levar a um reconhecimento de vínculo trabalhista por meio da fiscalização de jornada e obrigações trabalhistas.

Logo, os contratantes precisarão rever contratos, fluxos de controle e compliance para evitar passivos trabalhistas.

3. Maior regulação e risco de litígios

À medida que as leis avançam nesse campo, aumentam os riscos de ações judiciais, autuações fiscais ou demandas trabalhistas que questionem classificações erradas. 

Assim, a lei responsabilizará retroativamente os contratantes que não se adequarem

4. Necessidade de revisão de precificação

Para absorver custos adicionais sem quebrar o negócio, será necessário rever os preços com clientes, revisar as tarifas de entrega ou criar novos modelos.

Portanto, se você contrata PJs, precisará se antecipar: reavaliar contratos, ajustar a precificação e agir com cautela jurídica são mudanças que podem acontecer.

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